A Europa cristã do século VI a IX



A INVASÃO DA EUROPA – UM NOVO MAPA POLÍTICO

 A Divisão do Império Romano:
A partir do séc. II, o Império Romano começou a revelar fragilidades:
·         Dificuldades em manter a ordem e a união no Império;
·          Instabilidade política e governativa.
Estes problemas levaram à divisão do Império Romano – Império Romano do Ocidente (cuja queda foi em 476) e Império Romano do Oriente (que caiu no séc. XV - 1453).
Os Germanos:
 
No exterior do Império Romano, para além dos rios Reno e Danúbio, viviam os Germanos que eram:
  1. Pouco desenvolvidos;
  2. Organizavam-se em clãs e tribos.
  3. Dedicavam-se à criação de gado e praticavam uma agricultura primitiva
Estes povos a quem os Romanos chamavam Bárbaros sentiam-se atraídos pelas riquezas do Império Romano.
Durante séculos, conviveram pacificamente:
 
·         Eram utilizados pelos romanos como mão-de-obra,
·         Compraram terras aos romanos,
·         Foram integrados no exército romano.
A partir de 476, pressionados pelos Hunos, os Germanos invadiram o Império Romano, dando origem a vagas de invasões que se prolongaram por vários séculos e puseram fim ao Império Romano do Ocidente. (Vê o mapa da pág. 111)
 
A Formação dos Reinos Bárbaros:
Após a vaga de invasões, os Germanos organizaram-se em reinos:
ü  O reino Franco – atual França;
ü  Os reinos Visigodo e Suevo – Península Ibérica;
ü  O reino Ostrogodo – Península Itálica
ü  O reino Anglo – Saxão – Grã-Bretanha.
 



 Idade Média: Período da História europeia que tem início no séc. V, com o fim do Império Romano do Ocidente e termina no séc. XV, com o Renascimento.
Para melhor delimitação considera-se:
Alta Idade Média do séc V ao séc X
Baixa Idade Média do séc XI ao séc XV
A queda do Império romano do Ocidente e o aparecimento dos reinos bárbaros marcaram o fim da Antiguidade Clássica e o início da IDADE MÉDIA.
 
Os Germanos adotaram os modelos económicos e administrativos dos Romanos, adaptando-os à nova realidade. Apesar de serem considerados «atrasados» deram os seguintes contributos para a civilização ocidental:
Na metalurgia – o fabrico de armas que eram superiores às dos romanos;
Na ourivesaria – eram óptimos fabricantes de jóias e outras peças de adorno;
Nos transportes – a aplicação do estribo e da ferradura nos cavalos (dava-lhes vantagem sobre o inimigo);
Na arte – o uso da cor e de novos motivos decorativos (geométricos e animais) e o arco de ferradura ou visigótico.
Na língua – associaram ao latim novos vocábulos que deram origem a nomes próprios de pessoas e povoações e a novas expressões.


A Afirmação do Cristianismo no Mundo Bárbaro:
A desagregação do Império Romano e as invasões criaram um ambiente de insegurança.
As populações criaram a ideia de que a Igreja era a única instituição capaz de lhes dar segurança. Mantinha-se organizada e com uma forte autoridade.
A Igreja assumiu a tarefa de evangelizar os povos bárbaros e instaurar a paz.
No final do séc. V uma grande parte dos reinos germânicos estava convertido ao Cristianismo.
 
Igreja Católica – conjunto de crentes que seguem a religião cristã e obedecem ao Papa de Roma.
 
PAPA – BISPO DE ROMA
Clero Regular: grupo de clérigos que pertencem a uma determinada ordem religiosa. Vivem em mosteiros (monges, abades e freiras).
Clero Secular: Vivem junto das populações (Arcebispos, Bispos e Párocos)
 
Difusão do Monaquismo: (ver pág.112)
Outra das consequências da insegurança foi a difusão de mosteiros um pouco por toda a Europa.
O monaquismo foi fortemente apoiado pelo Papa Gregório, o Grande.
Um dos principais impulsionadores foi o monge italiano, S. Bento de Núrsia, que fundou no monte Cassino (em Itália) uma nova Ordem Religiosa – A Ordem Beneditina. Em Portugal existiram mosteiros Beneditinos: os de Lorvão e Tibães.
Ordem Religiosa – comunidade de monges que deviam obedecer à mesma regra.
 
A SEGUNDA VAGA DE INVASÕES E O CERCO DA EUROPA:
 
Após um período de acalmia a Europa sofreu:
Novo período de invasões entre os sécs. VIII e X.
Ø  Entre 711 e 715 Muçulmanos, provenientes do Norte de África, atravessaram o estreito de Gibraltar, ocuparam a Península Ibérica e iniciaram ataques e pilhagens nas regiões litorais do Sul (França e Itália), o que originou uma quebra do comércio europeu com o Oriente;
Ø  Entre os séculos VIII e IX – os Vikings ou Normandos, originários da Escandinávia atacaram as regiões litorais do Norte e do Ocidente da Europa. Possuidores de barcos de casco baixo penetravam nos rios e saqueavam e aterrorizavam as populações.
Ø  Entre os finais do séc. IX e a primeira metade do séc. X – os Magiares ou Húngaros atacaram o centro da Europa (Alemanha, França e Itália). Bons cavaleiros, armados de arco e flecha faziam ataques rápidos e ferozes.
 
Consequência das Invasões:
Económicas:
Ø  As comunicações fluviais e marítimas no Ocidente tornaram-se muito difíceis ou mesmo impossíveis, o que levou à decadência do comércio.
Ø  Os ataques às cidades e as dificuldades de abastecimento das mesmas levou a população a fugir para as zonas rurais (êxodo rural).
Ø  O artesanato e o comércio foram muito afetados, entrando em crise.
Ø  A agricultura, muito rudimentar, tornou-se a principal atividade económica, mas era de subsistência (para consumo próprio, sem excedentes).
Surgiu, assim, uma nova economia: Ruralizada (concentração da população nos meios rurais e predomínio da agricultura sobre as outras atividades económicas) e de Subsistência (para consumo próprio, sem excedentes).
 
Políticas e Sociais:
Ø  Os monarcas foram incapazes de organizar a defesa dos seus reinos e perderam poder;
Ø  Parte do poder, anteriormente pertencente aos monarcas, passou para os nobres proprietários das terras;
Ø  Os mais fracos acolheram-se à proteção dos grandes senhores entregando-lhes as suas terras em troca de proteção.
 
Nasce, assim, um novo regime económico, político e social – o feudalismo, cujo poder se encontra nos grandes senhores locais da nobreza e do clero.


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